terça-feira, 25 de setembro de 2012

Eu Estarei Te Observando

O relógio passara de 23h00min quando vi você cruzar a curva e, se não fosse ironia de minha parte e eu não fosse péssima motorista, poderia sugerir que acompanhei a mudança de marcha até que você estivesse estacionado próximo ao ponto em que lhe esperara.

Não vi você sair do carro e, mesmo com as pernas trêmulas, cambaleei até que estivesse sentada no banco do carona do seu carro azul – e a bagunça dele permaneceu como eu deixara da última vez.

Nenhuma palavra dita, nenhuma troca de olhares. Eu podia sentir – e provavelmente você ouviu – meu queixo tremer e uma cascata de palavras prontas para serem ditas. Era a hora? Não.

- Então, estou aqui. O que você queria falar?

Senti o rancor na sua voz e aquilo quebrou até mesmo minha tremedeira. Uma briga estava por vir. Tentativas frustradas de te dizer tudo que guardei durante alguns meses. Fim do bate boca.

As horas passaram e nem percebi que já estávamos na sala. Você encolhido num canto do sofá e eu tentando reunir forças pra te dizer...

- Deita aqui perto. Eu te faço cafuné. – Não acredito que consegui dizer, confesso. Mas disse.

Seus cabelos ainda eram macios e fáceis de entrelaçarem-se. Estava tudo como eu havia visto da primeira vez. Você ainda tinha o mesmo sorriso de menino e naquele momento me perguntei como tive que sofrer de saudades para perceber que eu estava apaixonada. Que sempre estive. Que sempre foi você. Apenas você.

De repente sua boca estava tão próxima da minha que senti meus olhos fecharem, meu coração acelerar e minha mão descer, como numa linda valsa, até a sua nuca. Você me beijou. O mesmo beijo doce, o mesmo beijo verdadeiro e o mesmo beijo apaixonado que senti da primeira vez.

Minha vontade foi de gritar aos quatro cantos deste mundo o quanto você era divino, feito nos céus, o quanto tempo esperei o quanto meu coração urrava de alegria. E, como em sintonia, se os rádios do mundo todo estivessem ligados, Every Breath You Take tocaria.

A valsa dos apaixonados. Ali começava – novamente – a história de amor mais linda vivida por seres humanos. A nossa história de amor. O final feliz? Ah, bem...O final feliz é que não há nenhum final.