sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Isto é sobre confusão

Quando volto a pensar em como sou, imagino um quebra-cabeça faltando uma das peças – aquela parte toda azul que deve formar o céu e que, mesmo parecendo tão besta, faz falta em um contexto: incompleta. A busca pela evolução às vezes me cansa, me causa dor e, muitas vezes, acaba se mostrando em vão.

Tento parar de pensar no passado, mas são tantos erros que deixei no meio do caminho que se torna impossível não pensar. Repensar. Arrepender-se forte e amargamente.

Por que dei ouvidos pra pessoa errada?
Por que deixei aquela amizade de anos escapar por entre os dedos?
Por que não mantive minha boca fechada?
Por que essa mania tão erronia de querer dar opinião em tudo achando que é pro bem de alguém?

Como pode, meu Deus, assuntos inacabados do passado nos tirarem tanto o sono? Como o ser humano consegue desperdiçar tantas chances de ser feliz sem nem ao menos perceber? Como viver com a culpa de um futuro que nunca irá existir?


Perguntas sem respostas: há uma coleção delas. Talvez eu nunca encontre as respostas, talvez nunca aprenda a deixar pra trás. Talvez, talvez, talvez. E por todos estes motivos eu fico triste. Todos os dias. Invariavelmente.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Carta Inusitada

Meu querido amigo, ouvi de tantas bocas de tantos lugares diferentes que sou complicada que já sei falar essa palavra em sete línguas diferentes, porém vou lhe contar um segredo (e vê se não espalhe): sou complicada só se você não souber lidar comigo.

Eu mudo constantemente, mas dependo sempre de suas atitudes. À meia-noite de todos os dias, tudo muda. Quando o sol aparece novamente – ou a chuva também, diga-se de passagem – eu nunca, jamais e em hipótese alguma, sou igual ao que fui. Mas isso tudo por sua causa, viu?

Você adora fazer coisas novas, radicalizar e me xinga para caramba quando aparento, ouça bem, eu disse aparento, estar sendo igual a um outro dia, uma outra semana, um outro mês. Meu querido amigo, você me enlouquece! Ou ao menos me enlouquecia.

Ouvi rumores por aí que você está com um lema novo para 2014, disse por aí em alto e bom som (e até cantarolando, seu maluco!) que vai deixar eu te levar....Ora, pois, FINALMENTE! Já não era sem tempo você parar de reclamar de mim e de tudo que faço para lhe agradar e começar a me curtir, me deixar plantar pequenas alegrias e percebê-las de uma vez por todas.

Agora estou feliz, meu velho e querido amigo. Parece que finalmente nos entendemos direitinho, alguém deve ter lhe contado que eu estava quase desistindo de você, não é? Mas não fique zangado, qualquer um no meu lugar cairia fora se ouvisse apenas reclamações de tudo que faz.

Eu gosto de você, é sério. É bom saber que você está começando a gostar de mim também.

Espero que os Correios no Brasil façam greve apenas depois que esta carta estiver em suas mãos, afinal, preciso muito que você leia com bastante atenção cada letrinha.

PS: Estou lhe mandando selos de diversos países, para você ver que é verdade o que lhe escrevi no primeiro parágrafo.


Com um imenso carinho,
Vida.