quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Ando meio mal, meio pra baixo, meu deprimida. Ando pensando demais, chorando demais. Ando me sentindo sozinha, ando com um aperto no peito. Ando assim quando você não está por perto, quando você não está perto o suficiente para que eu possa me sentir segura. Para que eu possa sentir que nada nem ninguém pode me machucar.

Ando querendo chorar no seu ombro, te contar meus problemas, o que me aflige, o que me incomoda. Ando querendo te contar minhas alegrias, minhas conquistas. Ando querendo compartilhar minha vida com você. Toda minha vida com você.

Ando precisando de você mais do que o normal, ando necessitando por aquele seu abraço, aquele abraço que me faz esquecer de tudo, aquele abraço capaz de curar o mundo. O meu mundo.

Descobri em mim, nesses dias de angústia, o que já havia sido descoberto: você é o homem da minha vida. Descobri que só com você sinto-me segura suficiente pra contar tudo, absolutamente tudo. Descobri que só você não me julga, que você me escuta e quer escutar. Descobri que a vida sem você seria muito mais difícil do que já vem sendo. Descobri que preciso de você, preciso do seu sorriso, dos teus olhos mirando os meus, dos teus beijos, teus carinhos. Descobri que já não dá pra seguir em frente sem você, porque eu quero compartilhar minha vida com você, meus sonhos com você. Porque eu quero você meu lado pra comemorar minhas vitórias, quero comemorar suas vitórias. Quero ser tua companheira pra tudo, em todos os momentos. Quero que você corra pra mim quando precisar, quero que corra pra me contar alguma coisa, quero que corra pra mim.

Ando meio cabisbaixa, meio chateada...Mas eu tenho você e isso me faz forte. Forte como jamais fui, porque jamais havia tido um motivo tão forte quanto você. Minha maior força, minha maior alegria, meu amor maior. Eu amo você, para sempre.

Com amor, tua Roberta.
Certo fim de tarde, no parque da cidade, sentei-me ao lado de um velho que aparentava ser sábio com seus quase 70 anos. Eu era um garoto que havia acabado de completar 21 anos e estava perdido. Extremamente perdido.

- Por que as pessoas costumam fechar os olhos quando pensam que algo ruim vai acontecer? - Indaguei ao senhor ao meu lado, mesmo sem o conhecer, porque ele realmente parecia poder me ajudar.

O velho sorrio e ajeitou o óculos antes de pronunciar qualquer palavra que fosse para mim. Por um momento até pensei que ele sairia do meu lado, para não correr o risco de ser perturbado.

- Bom, jovem, acredito que seja porque nós, pessoas, pensamos que quando fechamos os olhos qualquer coisa que sonhamos, imaginamos ou queremos possa acontecer. Acredito que somos fracos demais para aguentar algo ruim de olhos abertos, observando tudo aquilo. Acredito que seja porque gostamos de sonhar e, quando tudo parece perdido, sonhar é o único remédio que vale a pena.

Quando sua última palavra foi pronunciada fechei meus olhos imediatamente.

- Você pensa que algo ruim irá lhe acontecer, jovem? Seus olhos estão fechados.
- Estou com medo de perder a mulher da minha vida, caro senhor. Meus olhos fechados fazem com que eu a enxergue me abraçando, sorrindo para mim e dizendo que me ama, como sempre faz. Estou com muito medo de perdê-la.

Abri meus olhos e pude ver o sorriso recém formado no rosto daquele homem ao meu lado se desmanxando, ele suspirou rapidamente e logo voltou a sorrir.

- Você não a perderá.
- Como o senhor tem tanta certeza disso?
- Sou você, jovem. Sou você aos 72 anos. Você não a perderá agora e nunca irá perder. Vocês viverão juntos para sempre, o resto dos seus dias. Vocês se amarão, brigarão muitas outra vezes, mas sempre um dos dois colocará o orgulho de lado em nome deste amor. Você jamais a perderá porque ela o ama e, para sua informação, ela é uma senhora de 70 anos estupidamente linda. A mulher mais linda do mundo inteiro. Não feche os olhos, jovem, levante deste banco e vá até a casa dela, abrace-a e beije-a, ela retribuirá. Ela dirá que te ama, porque ela o ama, ama com todas suas forças. E você, eu, também a amo.

Nem se quer achei estranho tudo aquilo que havia me acontecido, nem pensei o quão esquisito foi esta conversa. Me levantei daquele banco sem nem dar tchau ao senhor, corri com um sorriso no rosto. Chegando na entrada do parque resolvi me virar e olhar aquele velho senhor uma última vez: em vão. Ele já havia ido embora. Voltei a olhar para frente e correr até ela. Correr atrás do amor verdadeiro, porque é isso que devemos fazer. É nisso que devemos pensar quando fechamos os olhos.