terça-feira, 28 de setembro de 2010

- Posso te contar uma história?

- Claro!

- Então tá…Era uma vez você e eu.

- Só isso?

- Sim.

- E não tem fim?

- É, essa é a minha parte preferida…

Pense nisso.
Não explique, não tente entender. É complexo. É amor. São quatro letras, apenas diga isso. Quatro letras que poderiam desarmar uma guerra, silenciar o acusador, dar segunda chance ao acusado. O amor é maravilhoso, tão maravilhoso quanto teus olhos. Eu amo você.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A última dose

Pai, eu gostaria que a vida tivesse nos dado mais uma chance. Pai, eu gostaria de poder tirá-lo para dançar na minha valsa de 15 anos que jamais existiu. Pai, eu gostaria que você pudesse me segurar no colo uma última vez e me fazer dormir, como se eu fosse um bebê sem proteção.

Pai, eu gostaria de vê-lo trocar de canal uma última vez, me fazendo te xingar e, em seguida, adorar o filme que você escolheu. Pai, eu gostaria que suas batatas fritas mal cortadas fossem meu almoço de amanhã. Pai, eu gostaria de ouvir mais uma vez sua voz, mas, por favor, sem lamúrias. Só um eu te amo me bastaria.

Pai, lembra de quando eu era criança e de como tu se orgulhava quando falavam que eu era parecida com o senhor? “É o mesmo nariz”, diziam. E era o que lhe bastava para abrir um sorriso. Pai, eu sei que não fui sua primeira filha, e que você queria um menino em meu lugar. Mas eu sei também que você era super-protetor, sei que eu era sua bonequinha, sua caçula e sua preferida. Eu sei que você se apaixonou por mim, mesmo eu não sendo seu futuro atacante do grêmio, como eu também me apaixonei por você.

Pai, olhe para mim se puder, eu cresci. Eu sou tudo aquilo que você imaginou? Eu estou correndo atrás dos meus sonhos, pai. Isso lhe orgulha? Sonho com algo surreal, pai. Isso faz de mim uma insana? Você acredita em mim? Eu só gostaria de lhe dizer uma coisa, para enfim cessar todo e qualquer texto que te envolva: Eu sinto sua falta.

domingo, 19 de setembro de 2010

Sem título, só amor


O tempo passava, pessoas passavam por mim, a vida passava. Nada do que eu fazia ou queria dava certo, era como se todo o mundo colaborasse para me deixar ainda mais mal – se é que era possível.

Eu precisava de ajuda, da minha própria ajuda. Eu precisava tentar, mas desisti. Eu joguei a vida toda para o alto e deixei que o mundo caminhasse por cima de mim. Eu já não era absolutamente nada, completamente irrelevante.

Você apareceu sem nada saber, apareceu em uma noite que eu tinha decidido – não para meu bem, mas para não estragar a noite das pessoas do meu lado – só sorrir. Você apareceu e viu uma garota fingindo alegria. Você apareceu e quando te olhei, me trouxe alegria.

Passageira, pensei comigo. Como tudo que era bom em minha vida. Não iria durar, eu repeti. Seria só aquela noite, você deixaria algum marco em mim e depois eu nunca mais o veria. Mas me enganei, mais uma vez me enganei. Ainda bem que me enganei.

Você trouxe de volta toda a alegria que eu nunca tive. Trouxe para mim a alegria que eu teria que ter tido há anos atrás. Você me trouxe vida, me fez viver, você me faz feliz.

E agora, na primeira oportunidade que tiver, quero jurar-te trazer pra ti essa mesma alegria. Jurar-te que serás só feliz, comigo ou com qualquer outra pessoa. Porque, alguém que fez o que fizeste por mim, merece a maior e mais sincera felicidade que o mundo tiver.


Eu te amo, e isso basta. =)

Tenho aprendido que não é o tempo que cura tudo, é a sua vontade que as coisas melhorem que são capazes de lhe curar. Tenho aprendido que muitas pessoas tentarão fazer com que você desista do que mais almeja, e que cabe a você acreditar nelas ou não. Tenho aprendido que, antes do amor verdadeiro, muitos outros lobos virão te machucar. Tenho aprendido que uma noite de sábado vale muito mais a pena quando você passa com uma única pessoa que te faz cosquinha, te morde, te belisca, te beija e diz que te ama do que em uma balada com pessoas diferentes a cada dia. Tenho aprendido que as dúvidas fazem parte da construção de um futuro, e que muitas vezes você pode errar. Tenho aprendido que a vida te prega muitas peças e que cabe a você, e só a você, mostrar para ela que é um ótimo jogador.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Conto de fadas


Quando você é pequeno, acredita que a vida é como um conto de fadas. No começo sempre haverá uma bruxa má lhe oferecendo uma maçã envenenada e, por ser muito ingênua, você comerá um pedaço da maçã. Sem problemas. O feitiço termina se um beijo de amor verdadeiro acontecer e, faltando alguns minutos para o feitiço ser eterno, o príncipe irá chegar com seu cavalo branco e te beijará. Você desencantará e irá para o “felizes para sempre” montada na garupa do cavalo branco que parece sorrir.

Quando você cresce acaba percebendo que sim, sempre haverá uma bruxa má. Muitas vezes ela não tem uma berruga, nem um nariz grande, ela é até bonita demais. Simpática demais. Querida demais. Falsa demais. Você acaba descobrindo que a bruxa má roubou o seu príncipe e chora por isso. Chora dias, meses e, um longo tempo depois, acaba descobrindo que aquele príncipe era fajuto e você agradece a bruxa má por tomá-lo de você.

Depois de muitos príncipes fajutos, você acaba percebendo que cresceu, que finais felizes só são bonitos e verdadeiros em livros infantis e que é quase impossível achar um cavalo branco na cidade grande. Então você desiste de fantasia e mergulha em algo chamado “mundo real”.

Quando o tempo passa e você já não acredita mais em nada, eis que ele aparece. Não está montado em um cavalo branco que sorri, não tem uma capa e você não comeu nenhuma maçã. Mas ele é lindo como um príncipe, e te faz sorrir, rir, dar gargalhadas, suspiros, faz seu coração bater forte. Ele faz com que você queira dizer o que nunca ouviu uma princesa dizer: eu te amo.

Você, depois de muitos príncipes falsos, encontrou o verdadeiro amor. Você, depois de crescida, descobre que nada é tão fácil como nas histórias, mas pode ser tão bonito quanto. Você se apaixona de verdade, agora. Você, depois de crescida, olha para cima e espera que o narrador diga: e eles serão felizes eternamente.
- Mãe, você é feliz?
- Por que isso agora, Roberta?
- Quero saber. Você é feliz?
- Sim, sou feliz.
- O tempo todo?
- Não dá pra ser feliz o tempo todo, minha filha. Aprenda isso.
- Por que, mãe? Eu te faço triste?
- Não tem nada a ver com você, só não dá pra ser feliz o tempo todo. O mundo às vezes te machuca, te faz infeliz.
- Mãe, há um tempo atrás eu fingia ser feliz. Agora eu sou feliz.
- Fingia ser feliz?
- É. Eu ria por coisas que não tinham graça pra causar boa impressão, sorria pra quem não queria – e não queria sorrir pra quase ninguém.
- Por que tu nunca me falaste isso, Roberta?
- Porque isso te deixaria infeliz, e eu ficaria mais triste ainda por te fazer infeliz.
- Agora você é mesmo feliz?
- Sou, mamãe. Não dá para ser feliz o tempo todo, mas eu sou feliz.
- Realize todos os seus sonhos, minha filha. Seja feliz.
- Vou dormir, mãe. Boa noite, eu te amo.