quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Conto de fadas


Quando você é pequeno, acredita que a vida é como um conto de fadas. No começo sempre haverá uma bruxa má lhe oferecendo uma maçã envenenada e, por ser muito ingênua, você comerá um pedaço da maçã. Sem problemas. O feitiço termina se um beijo de amor verdadeiro acontecer e, faltando alguns minutos para o feitiço ser eterno, o príncipe irá chegar com seu cavalo branco e te beijará. Você desencantará e irá para o “felizes para sempre” montada na garupa do cavalo branco que parece sorrir.

Quando você cresce acaba percebendo que sim, sempre haverá uma bruxa má. Muitas vezes ela não tem uma berruga, nem um nariz grande, ela é até bonita demais. Simpática demais. Querida demais. Falsa demais. Você acaba descobrindo que a bruxa má roubou o seu príncipe e chora por isso. Chora dias, meses e, um longo tempo depois, acaba descobrindo que aquele príncipe era fajuto e você agradece a bruxa má por tomá-lo de você.

Depois de muitos príncipes fajutos, você acaba percebendo que cresceu, que finais felizes só são bonitos e verdadeiros em livros infantis e que é quase impossível achar um cavalo branco na cidade grande. Então você desiste de fantasia e mergulha em algo chamado “mundo real”.

Quando o tempo passa e você já não acredita mais em nada, eis que ele aparece. Não está montado em um cavalo branco que sorri, não tem uma capa e você não comeu nenhuma maçã. Mas ele é lindo como um príncipe, e te faz sorrir, rir, dar gargalhadas, suspiros, faz seu coração bater forte. Ele faz com que você queira dizer o que nunca ouviu uma princesa dizer: eu te amo.

Você, depois de muitos príncipes falsos, encontrou o verdadeiro amor. Você, depois de crescida, descobre que nada é tão fácil como nas histórias, mas pode ser tão bonito quanto. Você se apaixona de verdade, agora. Você, depois de crescida, olha para cima e espera que o narrador diga: e eles serão felizes eternamente.

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