domingo, 28 de fevereiro de 2010

Dor pouca

É incrível como todos subestimam os adolescentes, até mesmo eles próprios. Subestimam suas vontades, conquistas. Subestimam sua vontade de. De fazer, de ser, de poder e de querer. Subestimam suas notas, seus sonhos, suas derrotas. E, principalmente, subestimam sua dor.

Para muitos, ou quase muitos, a dor de uma pessoa de 16 anos é pouca. E é ridiculamente estúpida a forma como comparam suas dores de 30 anos com nossas próprias, como se fossemos pouco, como se dor – em qualquer quantidade e idade que seja – fosse pouca. E eu quero, gostaria muito, de falar sobre a minha dor aos 16 anos.

Não que isso já não seja diário, não que isto seja de grande importância para você. Mas para mim é. Compartilhar sentimentos em fala não é meu forte, escrever sobre eles, principalmente quando ruins, é um dos meus dons primários.

Mas é constrangedor escrever sobre uma dor que eu não sei direito o que é. Não consigo, mesmo procurando em inúmeros lugares, achar um nome adequado para o que estou sentindo. Não é ódio, nem ciúmes, tão pouco raiva. Acho que é uma das etapas que vem depois de amar, ou o lendário “achar que amou”.

Uma etapa dolorosa que vem para nos mostrar que estávamos caminhando para o torto, errado, difícil e triste. Difícil eu não diria, até porque as maiores partes dos caminhos de nossa vida acabarão sendo tristes e solitários.

Então quer dizer que não estou retratando um fim, como achei. Estou escrevendo sobre um novo começo. Uma nova chance. Uma chance que a vida me deu de olhar para trás e ver que eu estava no errado, eu estava sofrendo pelo errado. Uma chance de começar do zero e procurar o que foi bom. E, mesmo que não encontre, foi uma chance para eu sorrir com olhos trêmulos e embaçados pelas lágrimas. Uma chance de sorrir pelo errado, que teve seu momento de certo para mim.

E eu estou em mais um fim dos meus textos estranhos, e ele não tem um título. Então eu parei para pensar. Pensei em colocar um único nome próprio, pensei em escrever uma frase, duas ou três palavras sem sentido. Nada. Talvez isto mais seja um desabafo, um meio que eu achei para descrever toda essa dor que eu estaria sentindo. Um meio para eu tentar arranca-la, já que com minhas próprias unhas foi em vão. Um meio de tentar convencer a mim mesma que, mesmo quando o fim não foi feliz, há sim possibilidades de sorrisos sinceros.

ps: E eu sorri com o meu errado, e se eu pudesse eu viveria com meu errado!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

I wanna believe in love

Você acredita no amor? Quero dizer, na forma doida e desorganizada com que ele acontece em nossas vidas. Nos vários tipos que se pode sentir, e lembre-se que é apenas um sentimento. Um sentimento sem prato de entrada ou sobremesa. Um sentimento que não há maneira de degustar antes, e que nunca avisa quando, nem como, vai chegar. É apenas ele e nada mais.

É completamente surreal, diria até insano, a forma como podemos amar diferentes pessoas de diferentes maneiras. Amar a mãe e a um namorado também. Amar alguém que não lhe corresponde e amar a um irmão. Ser amado e não amar. Amar sem perceber, sem saber, sem querer.

E o incrível disso tudo é como podemos nos sentir bem quando amamos - ou não. Eu posso me sentir feliz e, um instante depois, querer arrancar toda e qualquer coisa do meu coração. Chorar consome, e o amor tem muito disso - oras lágrimas de alegria, oras de dor sem fim.

O amor nos torna pessoas melhores, ou piores. Deixa-nos mais tolerantes, ou impacientes demais. Faz-nos sentir criança, horas depois velhos e cansados. Faz com que uma válvula de escape seja, como se por mágica, colocada dentro de nós. E nós sabemos como à ativamos, e o porque disto, obviamente sabemos. Somos amantes, afinal.

E o mais incrível disso tudo, até mesmo mais incrível do que o terceiro parágrafo, é eu estar escrevendo sobre as mil formas existentes do amor. E eu fico feliz por isto. De alguma forma, e por algum motivo - ainda não descoberto por mim -, eu não estou falando sobre morte, lágrimas ou tristeza. Porque o amor não é triste. Ele pode vir a se tornar triste, mas sempre, e eu dou ênfase no sempre, haverá algo bom para ser relembrado uma, duas, três e quantas vezes nossos corações suplicarem por uma dose mortal de nostalgia.