domingo, 4 de novembro de 2012

O som do vento passando no meio das árvores e o frio nada típico de uma noite de verão me fizeram temer as bruscas mudanças da vida. Creio eu que jamais fui acostumada a mudar de formas tão radicais. Eis aqui uma verdade: o novo me assusta.

Nos tão falados "dias de hoje" que me encontro, conhecer novas pessoas é – com o perdão da estúpida palavra – absurdamente horroroso. Talvez tenha vivido tanto tempo no vazio de pessoas sem sentimento algum, que o pavor, o medo e o receio se tornaram companheiros fiéis toda vez que aperto a mão de um novo conhecido. Futuro amigo? É. Talvez.

Um pequeno parêntese: eu devo ser um tanto quanto neurótica.

Com o perdão do excesso de balbucia, devo estar apenas desabafando. Desabafando a saudade que sinto de amigos que prometeram estar sempre por perto, desabafando a saudade que sinto de quando descobrir um novo amigo era fácil, puro. Um pirulito, um lanche dividido e já podíamos dividir a mesma gangorra no parquinho da cidade. Desabafando a ausência de dizer "tenho um milhão de amigos" quando, na verdade, me sinto só.

- Não diga nunca mais que está sozinha, não enquanto eu estiver aqui. – Disse ele, colocando a mão direita em um lugar que provavelmente era meu coração.


Foi então que sorri. Foi então que este texto ficou pela metade e lembrei-me do quão bom é terminar no meio de um romance, um texto de amor – mesmo que por entrelinhas.
Ah, coração...Como é bom uma dose de amor correspondido no fim de um texto.



Um PS final: nós jamais ficamos sozinhos quando entregamos o coração para alguém.