quinta-feira, 31 de março de 2011

Texto de 2009

Eu odeio você. Odeio a forma como significaste tanto para mim, e odeio o rastro de dor que deixaste ao partir. Odeio ter que lhe amar, apesar de sabe que hoje choro só por você. Odeio o amor, a dor, a tristeza, o agora, o ontem e o amanhã. Odeio a forma como a vida segue um rumo e como ela foi capaz de trocar nossos caminhos.

E se eu pudesse ter um desejo realizado neste momento pediria você. Porque, apesar de chorar e sofrer, minha vida fez sentido ao te conhecer. Um desejo só...eu seria capaz de implorar aos céus. Só um. Só você. Eu. Nós.

Não quero amar, não quero sofrer, não quero a dor pra minha vida! Mas eu quero você. E, me diga força maior, não seria a mesma coisa? Te ter é ter ao sofrimento da distância. Te ter é sentir a felicidade em cada inalar.

Eu sofro da bipolaridade de um amor. Sofro de algo que ninguém nunca vai saber - muito menos entender. Eu sofro...sem você.

domingo, 20 de março de 2011

"Necessidade de amar"

Perguntaram-me sobre a necessidade do amor em minha vida, logo tive medo. Tive medo de não saber ao certo expressar-me de forma que todos compreendam que, para mim, o amor é um alicerce, é como se fosse um dos pilares que me mantém em pé.

Então, antes de escrever, resolvi pensar. Resolvi pensar em vários tipos diferentes de um sentimento que é extremamente necessários, que deveria ser extremamente necessário para qualquer outra pessoa no mundo.

Necessidade? Bom, eu preciso do amor para que eu possa sorrir. Preciso do amor e das palavras de carinho de alguém para que eu sinta coragem de enfrentar todos os obstáculos que ainda estão por vir em minha vida. Preciso desse amor pelo simples fato de saber que seria impossível agüentar o quão má a vida pode ser sozinha.

É absurdamente necessário o amor sincero de minha mãe. Um amor que me corrige todas as vezes que estou errada, um amor que não me julga, que me faz melhor. Um amor que sabe exatamente a hora de me abraçar e, ao mesmo tempo, sabe a hora que eu preciso enxergar algo de errado.

É necessário o amor divertido das minhas amigas. Um amor que eu sei que é de verdade, que tem palavras de verdade. Um amor que não passa a mão em minha cabeça a todo tempo, mas sim o amor que sempre me estende a mão quando estou caída – ou ainda melhor, os braços atrás de mim que jamais me deixam tropeçar.

Ah, e o amor... Aquele amor que a maioria de nós vê em filmes e em contos de fadas. Aquele amor que nós esperamos encontrar pode demorar 10 ou 100 anos. Aquele amor que nos fará forte, que enfrentará do nosso lado tudo que estiver por vir, aquele amor que jamais nos deixará só, aquele amor que nos encherá com sua presença e nos sufocará de alegria.

Da necessidade deste amor as pessoas gostam tanto de falar, não é? Sinto como se fosse o acontecimento mais maravilhoso de toda uma vida, de todas nossas vidas. Sinto anseio e vontade de que este amor me encontre para que eu possa, assim, viver a necessidade dele.

“Mas e se ele jamais me encontrar?” Pergunto-me a mim mesma. “Vou me decepcionar muitas vezes com amores disfarçados de amor de verdade?” Indago-me novamente.

Talvez, apenas talvez. Talvez este amor demore tanto a me encontrar que eu desista de esperar e, então, quando eu realmente desistir ele irá aparecer. Eu ouvirei vozes na minha cabeça dizendo para duvidar, para ter cautela, ouvirei vozes dizendo que é outro falso amor. As ignorarei e, mais uma vez, estarei me entregando à possibilidade de encontrar essa tão sonhada necessidade de amar.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Cuidado com seus pedidos

Era estupidamente terrível ver aquela garota jogada ao chão. Era desnorteante ver seus olhos cansados de tantas lágrimas, mas era ainda mais assustador ver como aquela garota gritava por meu nome, como se apenas eu a pudesse ajudar.

Eu tentei de todas formas compatíveis com minha função ignorá-la. Como era possível uma garota tão linda quanto aquela chorar e implorar por minha presença? Eu não era nada, ela iria conseguir se reerguer e ter um destino melhor. Por que, então, ela não enxergava isto?

A garota continuava lá jogada ao chão, soluçando e buscando um pouco de ar para seus pulmões já fracos, cansados de tantos suspiros. A garota continuava lá com sua maquiagem borrada sem nem se quer fazer esforço para buscar uma nova solução. Ela repetia para si mesma: "eu já tentei, juro que tentei...Venha me buscar".

Às vezes não gosto do papel que tenho de exercer, são em horas assim que penso porque tive de ser eu a fazer algo com essa garota. Eu não queria! Por que ela havia de querer? Não era a hora de eu ir até ela e buscá-la, e trazê-la para perto de mim, não era. Por que ela tinha de querer apressar as coisas?

Fingir que ela não me chamava já era em vão, seus gritos ecoavam por meus ouvidos e era quase impossível fazer outra coisa a não ser prestar atenção nela. Tive de fazer o que ela me pedira, me implorara, me suplicara. Tive de ir até ela e estender minha gélida mão mesmo contra minha vontade.

- Pronto, minha querida, estou aqui. Desculpe minha demora, podemos ir agora? Prazer, meu nome é Morte.