domingo, 25 de março de 2012

Tiro-te novamente dos meus pensamentos. Pinto-te na vida real. Faço com que tu sejas verdadeiro, feito de carne, osso e de sentimentos. Tantos sentimentos que há para você neste coração já bastante surrado pela vida.

Mimo-te em sonhos e mostro-te o que de mais lindo a vida tem a oferecer. Faço-te sorrir e escuto seu “eu te amo” cheio de mentiras. Sorrio. Eu amo uma mentira.

Percebo-te indo embora aos poucos. Percebo-te sumir de uma vez até dos meus mais doces sonhos.

- Para onde vai? – Tento gritar com a voz fraca. – Não me deixe, o que está fazendo? Para onde está indo?

Já era tarde. Fim. O ciclo começara novamente. Logo você volta, trazendo em sua bagagem lembranças quase esquecidas. Logo você volta, atormentando e alegrando aquela vida que, um dia, foi tão sua.

domingo, 18 de março de 2012

Adeus, Passado

As mangas compridas davam a entender que o inverno havia chego novamente. Era o ciclo das estações, a hora que ela mais gostava desde criança: doar o que não usaria na estação seguinte, hora de guardar o que ainda usaria. Porém, o que ela mais gostava era a parte de doar. Jogar fora e, assim, era para o lixo que aquele sentimento iria.

Hora de desocupar gavetas, armários e o coração já bastante machucado. Estava na hora de permitir que pessoas de verdade entrassem em sua vida. E era o que ela faria.

Pegou a caixa com suas roupas e chinelos velhos e foi para a rua. Olhou para os dois lados, nenhum carro passou. Olhou para o céu, nenhuma gota de chuva caíra, mas o sol não doía os olhos. Tudo colaborava, era a hora do adeus.

Suspirou. Uma, duas... Três vezes.

Jogou com toda força que seus pequenos braços tinham. Havia mais do que roupas naquela caixa pesada...Haviam sentimentos mortos pelo tempo, a força era necessária.

- Adeus – disse, dando às costas para seu passado.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Ela caminhava pela rua, era tarde para uma menina sozinha andar por aqueles lugares. Fazia frio e seus braços não estavam cobertos, garoava e por cima de sua cabeça, ao invés do guarda-chuva, havia a imensidão do céu sem estrelas.

Apesar do cenário ser triste, apesar da escuridão ser mais propicia quando precisamos chorar, a garota sorria. Não se sabe ao certo porque, mas ela sorria. Um sorriso breve, mas um sorriso.

A garota não fazia ideia de onde estava, nem se quer para onde ia. Mas ela ia. Ela ia atrás de qualquer motivo para ser feliz, ela precisava de um motivo para ser feliz. Precisava?

Felicidade não se prende a algo, abstrata do jeito que é ela é mais parecida com o vento - nada de ver, escapa entre os dedos e o único jeito de suprir ao menos um pouco é abrir a boca e inspirar tudo que puder. Nada de expirar, deixe os pulmões incharem com tanta felicidade que você poderá sucumbir por não estar acostumado a lidar com tanta alegria. Sucumbirá feliz, mas sucumbirá. Ação e reação, já ouviu falar?

A garota já ouvira e, pensando nisto, levantou o rosto ao céu, abriu seus lábios e deixou que cada pingo da garoa entrasse dentro de si para ela, quem sabe enfim, sucumbir de felicidade. (

quinta-feira, 1 de março de 2012

Nossas escolhas podem nos trair. Aquilo que é certo para mim, pode não ser para você. Poder de escolha, já ouviu falar? E sobre sociedade livre? Filosofia não é em vão.

Escolha um bom emprego e pode acabar tornando-se um escravo. Escolha uma faculdade de bom nome e pode acabar desistindo. Escolha o homem dos seus sonhos e, num piscar de olhos, ele pode tornar-se o pior pesadelo.

Arrisque-se no imprevisível. Faça o que te dá vontade, porém não a hora que a tiver. Pense. Repense. Trepense, mas permita-se extrapolar de vez em quando. Permita o impulso algumas vezes. Permita-se “quebrar a cara” na escolha errada. Permita-se ser feliz.

Escolha. Escolha por você, para você. Não se importe com os outros, eles nunca correrão atrás da felicidade por você. Ame-se. Cuide-se. E lembre-se: uma escolha muda todo um futuro.
Num dia desses em que nada coopera pra dar certo, decidi ocupar a cabeça com uma folha em branco e um lápis de ponta gasta. Estava na hora de escrever. Escrever porque a dor era imensa, escrever para aliviar ou, única e exclusivamente, escrever porque deu saudade. Saudade do quê? De viver.

Num dia desses em que nada sai da rotina, a única saudade aceitável é a de viver. Nada de sentir saudade de alguns lugares, de pessoas e nada de sentir vontade de voltar no tempo. Simplesmente permita-se sentir saudade de viver.

Do riso. Do choro. Do abraço. Do beijo. Saudade do que é de verdade, de quando viver era verdade. Permita-se sentir saudade sem vontade de voltar atrás, permita-se apenas aquele sentimento de que valeu a pena e durou o tempo necessário para tornar-se inesquecível.

Porque saudade nada mais é do que isso: a certeza que algo se tornou inesquecível em alguma parte perdida de um passado e um viver inacabado.