quarta-feira, 31 de março de 2010

Mente triste

Em uma mente triste, sonhar com chuva não é algo constante, deveria ser vangloriado. E por quê? Simples. Depois da chuva o sol aparece, trazendo consigo um emaranhado de cores que rejuvenesce a alma, faz dançar.

O triste sonho de uma mente é a neblina. Aquela camada grossa que nos cobre a visão, nos deixa cegos, por ventura frágeis. Impede-nos de procurar e encontrar a felicidade, nos deixa vulnearáveis a qualquer tipo de golpe, nos faz tropeçar em próprios passos.

Minha mente vem sonhado noites à fio com uma floresta nublada, e tentei de inúmeras formas dar alguma luz, qualquer pequeno ponto que fosse, para ela...Em vão. Tentei, de todos jeitos que sonhar permite, dar a garota dos meus sonhos o garoto que ela tanto desejou. De nada adiantou.

O passar das noites só deixavam a neblina cada vez mais profunda, e o garoto que ela julgara ser seu eterno amor cada vez mais distante.

E aquela garota que, há algum tempo, carregava consigo apenas uma mente triste passou a ter passos tristes, voz triste, olhos pesados de angústia.

E eu ainda rezo por essa garota, essa garota na qual me espelho, que sou. Ainda rezo por uma noite, um passar de horas noturnas em que ela sonha com a chuva. Ainda rezo para que o garoto caia em seus braços. E, que a partir daí, enfim, o emaranhado de cores domine sua cida. Sua recém e inacabada vida.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Será só imaginação?

Era meia noite de quinta-feira, o cansaço estava pesando sob meus olhos - e as lágrimas também. Decidi, após arrumar meu travesseiro e me esconder debaixo das cobertas, pedir em minhas orações uma noite com sonhos. E fui atendida.

O frio aparentava ser de uma típica noite de outono, a neblina deixou minha vista embaçada. Tive de passar os dedos pelos meus olhos duas vezes até ter certeza de quem estava em minha frente. Perfeitamente desenhado em minha frente, bem onde meus olhos cansados o pudessem ver.

Era incrível como ele conseguia, a cada dia, ficar mais bonito. Era incrível, também, como seu sorriso me comandava. Como se eu fosse uma eterna e fiel serva dele. E eu jamais reclamaria disto. O sorriso dele sempre foi o motivo do meu, e agora ele estava ali. Bem em minha frente, pronto para me fazer feliz.

Respirei fundo duas intermináveis vezes, contive - ou tentei conter - meu sorriso. A cada segundo que passava eu estava mais próxima dele e de sua perfeição humana. Logo, eu estava dando vida ao que era sonho, eu estava deslizando meus dedos cheios de sentimentos pelo seu rosto.

Confesso, eu sabia que era um sonho. Confesso novamente, eu preferia não acordar. Se sonhar com ele fosse a única maneira de tê-lo, eu faria isso direito. E, com este pensamento, eu corri para seus braços. Eu me afundei em seu peito, eu suspirei de paixão. Eu sorri, eu finalmente sorri! E enfim tive meu mais profundo desejo realizado: seus lábios tocaram os meus. Era um beijo de ilusão, um entorpecente fatal, era um sonho. O melhor sonho de minha vida.

O triste de um sonho é a forma como ele tem de terminar. É como se fosse um ciclo, com toda certeza eu não reclamaria de acordar se fosse um pesadelo. Mas foi um sonho, um sonho com toque real, um sonho tão bom...E ele teve de terminar. Não que a realidade seja algo terrível. O triste dela é a distância entra algo e outro, uma pessoa e outra. Um amor e outro.

Na manhã seguinte, antes de qualquer outra coisa, eu sorri de olhos fechados. Sorri para mim mesma, para o meu coração, para ele. Eu gostaria que ele pudesse ter visto que, até ao acordar, o motivo dos meus risos eram todos de mérito seu. E mesmo que pareça bobo, é uma consequência. Ser bobo, parecer bobo, é uma consequência. Uma consequência do amor. Do sentimento mais bobo e sincero que existe. Do sentimento que me fez sorrir por um sonho, do sentimento que me faz respirar por alguém. Ai, o amor.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Querida amiga,

É com profundo alívio que digo a ti, através deste pedaço meio amassado de papel, que sua companhia - uma vez essencial - é irrelevante neste momento para mim.

Estou consciente dos amigos que perdi por sua causa. Sim, amiga, por sua causa. Você me prendia, era egoísta, me queria só para você. Eu era seu fantoche, e muito fácil de moldar. Eles se cansaram de secar as lágrimas que você fazia inundar pelo meu rosto. Eu também cansaria.

Peço que não me procure mais. Foi difícil, mas eu aprendi a viver sem sua presença. Você deverá fazer o mesmo.

Antes de ir em busca de outro alguém, por favor, devolva minhas roupas coloridas e leve consigo o CD de músicas melodramáticas que me destes em comemoração aos meus 15 anos. Será legal poder rir sem você para calar meus lábios.

Não fui feliz durante o tempo que passamos juntas, e pela primeira vez depois de muitos meses, posso sorrir verdadeiramente.

Sua inimiga, a Alegria, pediu com muita delicadeza para ser meu novo par. Não se zangue por eu ter aceitado, algum dia você irá ver que eu lhe dei a mesma oportunidade.

Espero que você fique bem, Tristeza. Do fundo do meu coração, espero que seu próximo companheiro te faça mais feliz. Eu sei que tentei, mas pelo visto não cheguei nem perto. Claro, pelo contrário, você me puxou para sua maré de dor e lágrimas sem motivos.

Seja feliz. São meus sinceros votos. Votos de uma ex, e fiel, melhor amiga.

Com amor, Roberta.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Verdade dói?

Dizem que a verdade sempre é o caminho certo, independente sobre o que possa estar se falando. Dizem que a verdade sempre aparece, mesmo que sejam anos depois. Mas nunca disseram, pelo menos para mim, que falar a verdade pode acabar queimando a garganta. Então, nada mais sensato do que poupar a garganta e apenas descrever a verdade. Uma verdade nova e muito, muito dolorosa.

Você parece mais feliz desde que não faz mais parte da minha vida. Conversar com outras garotas, de uma maneira mais aberta, ficou fácil para você, ao que me parece. Posso encaixar neste parágrafo a felicidade deste teu belo sorriso. Quantas vezes lhe pedi para deixá-lo presente em seus lábios? Agora, desde que parti, ele virou teu companheiro de todas as horas.

É verdade, também, que sua falta me martiriza. Quero dizer, esquece... É isto mesmo que quero dizer: martiriza. Olhar você tão perto e não poder dizer o quanto sua falta é grande, o quanto ainda desejo você antes de dormir, é doloroso demais.

E, o que ainda me faz respirar é que, junto com a lição da verdade, me ensinaram que o tempo é capaz de curar tudo. Quase tudo.

São inúmeras as vezes que já olhei meu reflexo no espelho e suspirei para o vazio do quarto: o tempo vai te apagar. E mesmo que isto seja uma grande mentira, mesmo que o tempo não te apague... Bem, eu continuarei repetindo para mim mesma. E, se isto é só uma mentira, fique tranqüilo. A verdade vai aparecer no meu reflexo e, mais uma vez, eu irei chorar a abstinência de você.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Para que você possa entender o que eu também não entendo

Pensamentos soltos, sentimentos embaralhados, sentidos esquecidos. Assim eu me sinto, como se fosse algo fora do padrão social. Uma adolescente diferente, ou talvez muito igual a todos outros. Apenas um ser, que não sabe se está sendo.

Pensei em muitos assuntos para descrever, a começar por amor. Mas de textos tristes todos estão cansados. É ruim, e um tanto quanto chato, ter que conviver com sua própria tristeza e ler sobre a dos outros. Isso não lhes diz respeito, então deixo o amor para outra hora. Uma hora em que ele tiver o seu momento feliz comigo.

E por que não falar de pensamentos? Pensamentos são tão belos. Só que é difícil escrever sobre algo tão complexo. Pensamentos são tão diferentes uns dos outros, podem ser tão racionais, outrora sem sentido nenhum. Pensamentos... Afinal, por que pensar? Para que o “pensar” existe? Gostaria de, então, responder minha pergunta com algo clichê. Porque ser clichê, mesmo sendo estúpido, é preciso. O pensamento existe para evitar que as pessoas cometam erros. E, por favor, quem nunca aqui fez algo sem pensar e, meia hora depois, levou as mãos à cabeça com o seguinte pensamento: “nossa, por que eu fui fazer isso”? Esqueçam os pensamentos, também.

Sentidos! Louvemos a eles. Para que vivemos? Recapitulando, quem nunca ouviu a seguinte pergunta: qual é o sentido de nossas vidas? E você responde, com o peito estufado de orgulho: minha família. Meu namorado. Minha profissão. Meu cachorro. Meu periquito. Meu vestido. Eu gosto de ser diferente, como disse em princípio. Óbvio que não viveria sem mamãe, mas o sentido da minha vida é procurar algum sentido para acordar.

Muito bem, com toda certeza adoraria acordar ao lado de alguém que eu amasse, e que fosse recíproco. Obviamente gostaria de passar horas olhando para os olhos de alguém sem precisar dizer uma palavra, por estar apaixonada. Mas eu não tenho este sentido. E não me importa, com toda a mentira que eu possa carregar em uma frase: não me importa. Por favor! Óbvio que importa, ser carente é algo que está com as pessoas, ou pelo menos em boa parte delas. Não generalizemos.

O bom da vida, o bom sentido para vida, é nunca pararmos. Seja de amar, respirar, sorrir ou chorar. O sentido da vida somos nós mesmos que buscamos, e muitas vezes encontramos. Ter sentido para viver é gratificante, procura-lo é enriquecedor. A vida não para, o ciclo dela também não. Vocês já viram como é belo o amanhecer?