quinta-feira, 18 de março de 2010

Será só imaginação?

Era meia noite de quinta-feira, o cansaço estava pesando sob meus olhos - e as lágrimas também. Decidi, após arrumar meu travesseiro e me esconder debaixo das cobertas, pedir em minhas orações uma noite com sonhos. E fui atendida.

O frio aparentava ser de uma típica noite de outono, a neblina deixou minha vista embaçada. Tive de passar os dedos pelos meus olhos duas vezes até ter certeza de quem estava em minha frente. Perfeitamente desenhado em minha frente, bem onde meus olhos cansados o pudessem ver.

Era incrível como ele conseguia, a cada dia, ficar mais bonito. Era incrível, também, como seu sorriso me comandava. Como se eu fosse uma eterna e fiel serva dele. E eu jamais reclamaria disto. O sorriso dele sempre foi o motivo do meu, e agora ele estava ali. Bem em minha frente, pronto para me fazer feliz.

Respirei fundo duas intermináveis vezes, contive - ou tentei conter - meu sorriso. A cada segundo que passava eu estava mais próxima dele e de sua perfeição humana. Logo, eu estava dando vida ao que era sonho, eu estava deslizando meus dedos cheios de sentimentos pelo seu rosto.

Confesso, eu sabia que era um sonho. Confesso novamente, eu preferia não acordar. Se sonhar com ele fosse a única maneira de tê-lo, eu faria isso direito. E, com este pensamento, eu corri para seus braços. Eu me afundei em seu peito, eu suspirei de paixão. Eu sorri, eu finalmente sorri! E enfim tive meu mais profundo desejo realizado: seus lábios tocaram os meus. Era um beijo de ilusão, um entorpecente fatal, era um sonho. O melhor sonho de minha vida.

O triste de um sonho é a forma como ele tem de terminar. É como se fosse um ciclo, com toda certeza eu não reclamaria de acordar se fosse um pesadelo. Mas foi um sonho, um sonho com toque real, um sonho tão bom...E ele teve de terminar. Não que a realidade seja algo terrível. O triste dela é a distância entra algo e outro, uma pessoa e outra. Um amor e outro.

Na manhã seguinte, antes de qualquer outra coisa, eu sorri de olhos fechados. Sorri para mim mesma, para o meu coração, para ele. Eu gostaria que ele pudesse ter visto que, até ao acordar, o motivo dos meus risos eram todos de mérito seu. E mesmo que pareça bobo, é uma consequência. Ser bobo, parecer bobo, é uma consequência. Uma consequência do amor. Do sentimento mais bobo e sincero que existe. Do sentimento que me fez sorrir por um sonho, do sentimento que me faz respirar por alguém. Ai, o amor.

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