domingo, 18 de março de 2012

Adeus, Passado

As mangas compridas davam a entender que o inverno havia chego novamente. Era o ciclo das estações, a hora que ela mais gostava desde criança: doar o que não usaria na estação seguinte, hora de guardar o que ainda usaria. Porém, o que ela mais gostava era a parte de doar. Jogar fora e, assim, era para o lixo que aquele sentimento iria.

Hora de desocupar gavetas, armários e o coração já bastante machucado. Estava na hora de permitir que pessoas de verdade entrassem em sua vida. E era o que ela faria.

Pegou a caixa com suas roupas e chinelos velhos e foi para a rua. Olhou para os dois lados, nenhum carro passou. Olhou para o céu, nenhuma gota de chuva caíra, mas o sol não doía os olhos. Tudo colaborava, era a hora do adeus.

Suspirou. Uma, duas... Três vezes.

Jogou com toda força que seus pequenos braços tinham. Havia mais do que roupas naquela caixa pesada...Haviam sentimentos mortos pelo tempo, a força era necessária.

- Adeus – disse, dando às costas para seu passado.

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