terça-feira, 19 de julho de 2011

Fui embora, me arrisquei no imprevisível. Fui, parti, tomei juízo e me esquivei do passado incerto. Desencantei, desanimei, chorei, sofri, mas fui. Fui para não mais voltar.

Você foi, foi muito antes. Partiu, disse adeus três, quatro, cinco vezes. Não derramou nenhuma lágrima, encheu o peito e disse "estou feliz" e tudo que fiz foi suspirar. Chorei escondida dos teus olhos, sua indiferença me atravessou o peito. E então foi. Fui. Fomos. Somos? Não.

Você saiu do barco, largou o remo, furou o fundo e não me estendeu a mão. Deixou com que eu afundasse naquele barco furado sozinha, com as mãos atadas e o coração em destroços. Não te surpreendas caso ouça alguém - alguns, uns cem - falar de mim. Talvez eu vire lenda, mais ou menos assim:
Esta é a história da menina que sobreviveu à um coração partido e um barco furado. Esta é a história da menina que nadou até beira mar com mãos atadas. A história da menina força de vontade.
Fim.

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