sexta-feira, 1 de abril de 2011

Tanto faz se depois for nunca mais

Era meia noite, a rua estava escura, sem movimento, sem som. Era meia noite e aquela garota estava perdida a procura de algo que nem ela mesma sabia. À procura de algo que nem ela mesma sabia se queria, mas buscaria, mas iria atrás até encontrar para, só assim, ter certeza de que não era nada como ela imaginara.

A estrada até seu destino era longa, os pingos de chuva sob seus ombros trêmulos já não a incomodavam, ela pulava e driblava todas as poças de água em seu caminho. Ela estava decidida. Ela queria, ao menos naquele momento, ela queria.

Passou-se uma hora, duas horas até que, enfim, ela estava em frente àquela casa que tão bem conhecia. Pensou em bater palmas, pensou em gritar por um nome, um nome que ela conhecera bem. Só pensou. Respirou fundo e pensou em ligar: desistiu. Respirou fundo e juntou suas duas mãos na tentativa de que algum som saísse: em vão.

Andou um pouco pela frente daquela calçada, tentou olhar por entre as cortinas daquele quarto que ela conhecia como a palma de sua mão, estava tudo escuro. Pensou, mais uma vez, em ligar, só por precaução, só pra esclarecer uma dúvida, só por teimosia. Novamente desistiu.

Abaixou a cabeça, virou as costas e retomou seu caminho de volta. Toda caminhada, todas as poças e toda a chuva havia sido em vão. A garota acabou sem nem se quer um adeus, a garota estava partindo sem lágrimas nos olhos, mas de cabeça abaixada. A garota estava partindo sem o adeus que mais significaria para ela. A garota estava partindo sem uma palavra de consolo, sem um último abraço. A garota estava partindo sem ter conseguido tomar de volta o que, para ela, era o mais importante: seu coração.

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